terça-feira, 18 de agosto de 2020

Economia liberal

 "Eu explicava às pessoas que a economia privada era um homem magro, carregando nas costas um homem gordo - o governo."


A frase acima não foi dita por um brasileiro e sim por Benjamin Netanyahu - בנימין נתניהו quando ocupava o cargo de Ministro das Finanças em 2003 no gabinete de Ariel Sharon. "Bibi", como é conhecido em seu país, liderou Israel em uma série de reformas liberais que deram vigor à economia israelense.


Naquele ano Israel teve a pior recessão de sua história - catalisada em grande parte pela segunda intifada. Para Sharon e Netanyahu, o culpado pela crise era inchaço da máquina pública e um excesso de regulações que sufocava o setor privado. Com o diagnóstico correto, Netanyahu se propôs a fazer algo ao invés de apenas falar - atitude bem diferente de um certo Ministro da Economia de um certo país da América do Sul.


Impostos foram cortados: os indivíduos mais ricos do país tiveram sua alíquota reduzida em 20 pontos (64 para 44), assim como as empresas (36 para 18). No geral, a carga tributária caiu de 35% do PIB para 30% mas, surpreendentemente, a arrecadação de impostos aumentou*. Também houve uma espécie de PEC to Teto judaica que durou três anos, bem como uma Reforma da Previdência que aumentou a idade de aposentadoria para homens e mulheres.


Benjamin Netanyahu - בנימין נתניהו também privatizou várias empresas estatais, incluindo em setores considerados estratégicos por muitos nacional-desenvolvimentistas tupiniquins: bancos e refinarias de petróleo. Isso gerou greves e atritos, especialmente de sindicatos ligados ao funcionalismo público mas, quando a economia começou a deslanchar, ele obteve enorme apoio popular. Prova disso é Netanyahu ser a pessoa que por mais tempo ocupou o cargo de primeiro-ministro de Israel.


Um dos exemplos de como o excesso de regulamentações atrapalhava a economia estava no setor bancário. Um grande clichê que se tem dos judeus é que eles são bons com finanças mas, por mais estranho que possa parecer, o mercado de gerenciamento de investimentos de Israel era praticamente inexistente. O grande motivo que isso ocorria era que a lei local proibia cobrança sobre desempenho. Netanyahu acabou com esta lei em janeiro de 2005 e o setor começou a florescer.


Claro que a economia israelense têm problemas. As constantes ameaças externas causa uma "fuga de cérebros", como bem disse Bibi: "o objetivo iraniano é aterrorizar os cidadãos israelenses mais talentosos para que saiam do país". Há um enorme contigente de judeus ultraortodoxos, conhecidos como Haredim, que não trabalha e não agrega valor à sociedade. Porém não há dúvidas que ela está melhor que a nossa: o país tem crescimentos constantes ano após ano desde 2003.


Bolsonaro admira Israel - inclusive tem um menorá na sua sala de estar - e é amigo de Netanyahu. A Liberalismo Brazuca gostaria de sugerir ao nosso presidente ligar para Bibi e pegar umas dicas sobre como liberalizar a economia.


~Amoedo

(só meu apelido)


*Algumas pessoas tentam utilizar esse exemplo para provar a Curva de Laffer, mas isso é assunto de outro tópico.


Fontes:


https://www.jpost.com/opinion/the-netanyahu-era-and-the-transformation-of-the-israeli-economy-559017


https://www.forbes.com/sites/taxanalysts/2015/11/13/netanyahus-economic-reforms-and-the-laffer-curve/#58eb50b41224


https://www.theguardian.com/world/2019/jul/20/benjamin-netanyahu-becomes-longest-serving-israeli-pm


Livro "Nação Empreendedora"


https://tradingeconomics.com/israel/gdp-growth-annual

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